ATA DA QUADRAGÉSIMA PRIMEIRA SESSÃO SOLENE DA QUINTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA NONA LEGISLATURA, EM 27.10.1987

 


Aos vinte e sete dias do mês de outubro do ano de mil novecentos e oitenta e sete reuniu-se, na Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre, em sua Quadragésima Primeira Sessão Solene da Quinta Sessão Legislativa Ordinária da Nona Legislatura, destinada à entrega do título honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Sr. Marcos Rachewski, concedido através do Projeto de Lei do Legislativo nº 95/86(proc.2773/86) de autoria da Verª. Teresinha Irigaray. Às dezessete horas e trinta e dois minutos, constatada a existência de “quorum”, o Sr. Presidente declarou abertos os trabalhos e convidou os Líderes de Bancada a conduzirem ao Plenário as autoridades e personalidades presentes. Compuseram a Mesa: Ver. Brochado da Rocha, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre; Dr. Alceu Collares, Prefeito Municipal de Porto Alegre; Dep. José Antonio Daudt, representando neste ato o Presidente da Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul, Dep. Algir Lorenzon; Dr. Samuel Burd, Presidente da Federação Israelita do Rio Grande do Sul; Dr. Wilson Noer, Presidente do Sindicato dos Lojistas; Dr. Enéas Farias, ex-Primeiro Secretário do Senado Federal; Rabino Ephain Guinsberg, Grão-Rabino Ortodoxo do Rio Grande do Sul; Dr. Marcos Dvoskin, Diretor-Superintendente da RBS; Sr. Marcos Rachewski, Homenageado; Sra. Anita Rachewski, esposa do Homenageado; Verª Gladis Mantelli, 1ª Secretária da Câmara Municipal de Porto Alegre. A seguir, o Sr. Presidente registrou a presença, no Plenário, do Sr. Wilson Müller, representando a Associação Rio-grandense de Imprensa e do Ver. Elói Guimarães, Secretário Municipal dos Transportes e concedeu a palavra aos Vereadores que falariam em nome da Casa. O Ver. Aranha Filho, em nome da Bancada do PFL, declarou sua alegria por representar a bancada do PFL na presente homenagem, traçando um histórico da vida do Sr. Marcos Rachewski e salientando, em especial, sua importância para o comércio lojista gaúcho. Ressaltou também a participação de S. Sª não apenas no setor comercial mas, também, nas áreas cultural, política e social do Estado. O Ver. Mano José, em nome da Bancada do PDS, teceu comentários acerca das qualidades de liderança e humanismo encontradas em Marcos Rachewski, relembrando a participação de S.Sª na reconstrução do Centro de Tradições Tiaraju, que havia sido destruído por um incêndio. Discorreu acerca da importância do homenageado, à frente da rede de lojas “Soberana dos Móveis”, ressaltando sua presença contínua nas buscas de melhorias sociais para a comunidade porto-alegrense e, em especial, para a Zona Norte da Cidade. O Ver. Nilton Comin, em nome das Bancadas do PMDB e do PSB, congratulou com a Verª. Teresinha Irigaray por propor a presente homenagem, salientando a presença, na Casa, hoje, de inúmeras autoridades do Município. Falou sobre a importância do Sr. Marcos Rachewski para o comércio municipal, destacando ter o progresso da S.Sª uma base familiar e ser resultado, principalmente, da grande capacidade e humanismo do homenageado. O Ver. Paulo Sant’Ana, em nome da bancada do PL, disse ser esta homenagem um agradecimento da Cidade de Porto Alegre ao Sr. Marcos Rachewski, por sua participação constante em campanhas que buscam melhorias para o Município. Ressaltou a força do lado humano de S.Sª e sua permanente atitude de entrega e de auxílio aos seus semelhantes. E a Verª. Teresinha Irigaray, como proponente da Sessão e em nome da Bancada do PDT, discorreu acerca da vida do homenageado, destacando ser ela inserida na comunidade com a qual conviveu e pautada por uma luta por melhorias sociais que transformaram o Sr. Marcos Rachewski em um exemplo para o setor empresarial gaúcho. Comentou o significado do título hoje entregue pela Câmara, dizendo ser ele o reconhecimento do trabalho e do amor de S.Sª por nossa Cidade. Em continuidade, o Sr. Presidente convidou as Lideranças da Casa para, juntamente com a Verª. Teresinha Irigaray e o Pref. Alceu Collares, procederem à entrega do título e da medalha de Cidadão de Porto Alegre ao Sr. Marcos Rachewski. Após a Verª. Teresinha Irigaray procedeu à entrega de um ramalhete de flores a Sra. Anita Rachewski, esposa do homenageado. Em prosseguimento, o Sr. Presidente concedeu a palavra ao Sr. Marcos Rachewski, que agradeceu o título recebido. A seguir, o Sr. Presidente fez pronunciamento relativo à solenidade, convidou as autoridades e personalidades presentes a passarem à Sala da Presidência e, nada mais levando a tratar, levantou os trabalhos às dezoito horas e cinqüenta e cinco minutos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelo Ver. Brochado da Rocha e secretariados pela Verª. Gladis Mantelli. Do que eu, Gladis Mantelli, 1ª Secretária, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após lida e aprovada, será assinada pelo Sr. Presidente e por mim.

 

 


O SR. PRESIDENTE: Estão abertos os trabalhos da Presente Sessão Solene destinada à entrega do Título Honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Sr. Marcos Rachewski. A Câmara de Vereadores de Porto Alegre cumprimenta os parentes e amigos do homenageado no dia de hoje. Como é próprio dos Legislativos, a Casa fala, e fala através de suas Bancadas. Por isso, fala em nome do PFL o Ver. Aranha Filho, que está com a palavra.

 

O SR. ARANHA FILHO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, familiares de Marcos Rachewski, Srs. Convidados, minhas Senhoras e meus Senhores, existem ocasiões, como esta, que um e somente um Vereador pode falar em nome de sua bancada. É o que nos impõe o Regimento Interno da Câmara Municipal, quando de Sessões Solenes em que homenageamos alguma personalidade ou alguma entidade. Confesso que, prazerosamente, represento minha bancada, o Partido da Frente Liberal. E, de antemão, peço as devidas escusas aos meus pares correligionários, por ter imposto esta condição, por tudo que representa o homenageado para mim. Diria até que não dei qualquer tipo de chance aos meus colegas. Foi realmente um furto qualificado, uma apropriação não indébita o meu ato, em querer homenagear Marcos Rachewski em nome da minha Bancada. Existem também ocasiões, Srs. Convidados, em que a autoria de iniciativas – como esta – causa ciúmes em determinados Vereadores. Esta é uma delas. Por que não fui mais expedito? Mas me conforta saber, também, que o Regimento Interno da Casa impõe que um, e somente um, poderá ser o autor de qualquer proposição e que, após aprovado, o Projeto perde sua autoria inicial e passa a ser um projeto de todos, representando o pensamento de Câmara Municipal, a Casa do Povo, ou seja, o pensamento do povo de Porto Alegre, já que somos a sua representação máxima, conforme resultado do último pleito.

Mas me permitam, autoridades, convidados, traçar um perfil de nosso homenageado, aprovado que foi por requerimento da Ver.ª Teresinha Irigaray. Marcos Rachewski, filho de David e Rachel Rachewski, nasceu em Filipson, distrito de Santa Maria, em 13 de fevereiro de 1929 e foi registrado em Erebango, distrito de Erechim, no dia 13 de março do mesmo ano; passando parte de sua infância em Santa Maria, onde iniciou sua formação escolar, no Colégio Santamariense. Aos nove anos de idade, veio para Porto Alegre com sua família, onde deu continuidade a seus estudos, no Grupo Escolar Paula Soares. Nesse período, seu passatempo predileto era freqüentar a Pracinha do Alto da Bronze. Em 1940, quando tinha 11 anos, seus pais transferiram residência para São Paulo, onde estudou no Grupo Escolar Prudente de Morais. Mais tarde, ainda em São Paulo, passou a estudar à noite, no Liceu Acadêmico de São Paulo e a trabalhar, durante o dia, em empresas atacadistas, da Rua José Paulino e 25 de Março. Mesmo assim, ainda encontrava tempo para a prática do escotismo, dentro do qual pertenceu ao quadro da elite. Nessa mesma época, ingressou nas atividades esportivas, sagrando-se, por várias vezes, campeão de basquete e voleibol, em diferentes categorias. Essa sua paixão pelo esporte sempre esteve presente em sua vida, tendo mais tarde, nos anos 50, 51 e 52, já em Porto Alegre, sagrado-se campeão em basquete pelo Esporte Clube Cruzeiro. Durante sua permanência em São Paulo, foi considerado como uma espécie de “Cônsul Gaúcho”, sempre carregando a bandeira de nossas tradições e divulgando os costumes de nossa gente.

Mais tarde, em Florianópolis, já com 15 anos de idade, cursou Contabilidade no Liceu Acadêmico de Santa Catarina, continuando a trabalhar durante o dia e a dedicar-se ao esporte que lhe concedeu mais títulos de basquete e voleibol.

Depois, retornando a Porto Alegre, construiu, durante 10 anos, sua base profissional nas áreas do comércio e propaganda. Trabalhando nas “Modas Cliper”, empresa de sua família, situada na Rua Marechal Floriano.

Em 1954, casou-se com Anita Mainfeld, com quem teve 4 filhos e, hoje, genros, noras e cinco netos.

Em 1958, após pesquisar com profundidade o segmento comercial de maior perspectiva e com o qual mais se identificava, lançou-se como empresário do setor de móveis e eletrodomésticos.

Sua primeira empresa estabeleceu-se no nº 2.119 da Av. Assis Brasil, Bairro Passo da Areia. Foi Fundada uma sociedade com seus sogros, Isaac e Amélia, e sua esposa Anita, com denominação “Marcos Rachewski e Cia. Ltda” e o nome fantasia “Soberana dos Móveis”.

A implantação de sua primeira loja na Zona Norte gerou forte impulso no comércio lojista da região, onde passou desde então a exercer posição de liderança junto aos empresários do setor, ocupando até ontem o cargo de Presidente da Associação dos Empresários da Zona Norte.

Patrono do Centro de Tradições Gaúchas Tiaraju e incentivador de muitas outras entidades tradicionalistas e filantrópicas, sempre primou pelo cultivo da cultura da terra gaúcha e o bem-estar de nossa gente.

Em 1969 foi Presidente do Lions Clube, onde é associado há 25 anos e recebeu por inúmeras vezes o Leão de Ouro, o título de Maior Companheiro e condecorações pela realização de melhores campanhas.

Juntamente com políticos como Aloysio Filho, João Satte e líderes sindicais como César Mesquita, apoiou efetivamente campanhas assistenciais para a construção e manutenção de enfermarias e gabinetes médicos, odontológicos na Zona Norte e outras comunidades, além de auxiliar na montagem do ambulatório da Santa Casa de Misericórdia. Recebeu a Medalha da Cidade de Porto Alegre na administração João Antonio Dib. Incentivou a emancipação de importantes municípios como Cachoeirinha e Alvorada e apoiou o Projeto “Seja Prefeito Por um Dia”, implantado em Alvorada. Mesmo nunca tendo participado como líder político, sempre demonstrou admiração e gestos de apoio à classe política. Há 30 anos Marcos Rachewski ocupa cargos de diretoria do CDL, SPC, promovendo palestras e dando total apoio ao aprimoramento dos profissionais do setor.

Hoje, Presidente da “A Soberana”, uma cadeia de mais de 20 lojas distribuídas pela grande Porto Alegre, Marcos Rachewski administra efetivamente esta e outras empresas de seu grupo, como Rachewski Empreendimentos Imobiliários”, proprietária do conjunto comercial da Assis Brasil, o mais importante pólo lojista da Zona Norte e sua recente aquisição, o “Bazar Floresta”, o mais tradicional bazar do Rio Grande do Sul, gerando empregos e contribuindo para o desenvolvimento da nossa Cidade e Estado.

O conhecido empresário Marcos Rachewski conquistou grande popularidade como “Tio Marquinhos”, querido por todas camadas sociais, especialmente pelos comunicadores de uma forma geral, os quais lhe conferiram este carinhoso apelido pelo irrestrito apoio que sempre lhes dispensou. Desde os tempos do “Tio Chico” e Darcy Nunes, patrocinou programas de rádio, foi o primeiro patrocinador de Teixeirinha, Ivan Castro, Omar Cardoso, Zora Yonara e muitos outros símbolos da comunicação. Teve relações estreitas de amizade com homens do quilate de Maurício Sobrinho, Carlos Nobre, relações que mantém com os comunicadores da época contemporânea. Sua tradicional “Festa dos Comunicadores” completou este ano sua 38ª. Edição, caracterizando-se como o encontro de confraternização incorporado ao calendário dos eventos especiais de Porto Alegre. Sua tradicional festa de aniversário é um acontecimento na orla marítima, entre Capão e Atlântica. Simplesmente, neste dia, a orla pára, pára para abraçar Marcos Rachewski e sua família. Marcos Rachewski o empresário, o “Tio Marquinhos”, o amigo dos comunicadores, é sempre bem recebido em todo o Brasil, como o gaúcho que revela nossas tradições, o que já o fez pela América do Sul, América do Norte, Europa e todos os lugares que passou.

Hoje, meu caro Marquinhos, estás sendo guindado à galeria dos homens reconhecidos por essa Cidade, a capital do Estado do Rio Grande do Sul. Simples é a homenagem, é verdade, mas tenha a certeza de que é do fundo do coração, da simplicidade de teus amigos Vereadores.

Conforta-me, sobremaneira, saudar em nome do meu Partido nessa Sessão formal, uma pessoa informal, diria até, simples.

E é justamente aí que reside o teu carisma, o teu sucesso, como esposo, pai, empresário, esportista, líder comunitário e avô. Tua simplicidade nos fascina.

Dia destes, telefonei ao nosso querido homenageado e o lembrei de nossos encontros às terças-feiras, da nossa caravana. Antes de dizer qualquer coisa, disse-me o seguinte: “Achas que vou trocar o meu neto por um monte de loucos...” Lógico que foi brincadeira, porque lá estava ele, após brincar – é verdade – com seu neto.

O “Tio Marquinhos” é assim, faz “blague” de tudo, é irreverente muitas vezes, mas impõe sua vontade e experiência quando é necessário, é aglutinador e sabe viver em sociedade. Tem diversas virtudes e alguns defeitos. Só conheço virtudes. E, a maior delas é a capacidade que tem o homenageado em criar e cultivar amizades. Seus defeitos, bem... sinceramente, não os conheço. Aliás, permitam-me homenagear aquela que o acompanha há muitos anos, a querida Anita, sua esposa. O homem á a mais elevada das criaturas. A mulher, o mais sublime dos ideais. O homem é o cérebro, a mulher, o coração. O cérebro produz a luz, o coração produz o amor. A luz fecunda, o coração santifica. O homem é um gênio, a mulher é um anjo. O gênio é mensurável, o anjo é indefinível. O homem é a águia que voa, a mulher, o rouxinol que canta. Voar é dominar o espaço, cantar é conquistar a alma. O homem está colocado onde termina a terra, a mulher onde começa o céu.

Parabéns Marcos, parabéns Anita, parabéns aos familiares de Marcos Rachewski.(Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra, o Ver. Mano José, que falará pela Bancada do PDS.

 

O SR. MANO JOSÉ: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Senhoras, Senhores, amigos de Marcos Rachewski, por certo deveríamos nós, como manda o protocolo, estar com o discurso escrito neste momento, entretanto, o nosso conhecimento com o homenageado, a nossa amizade com o homenageado, fez com que nada escrevêssemos, porque a vida do homenageado, todos os Senhores, como amigos de Marcos
Rachewski, conhecem, e alguns detalhes foram agora acrescentados pelo Ver. Aranha Filho que nos precedeu. Mas nós não sabíamos, Marcos Rachewski, meu querido Tio Marquinhos, que V.Sª era tão rico assim. Sabíamos que V. Sª tinha bens materiais e que tinha amigos – esta riqueza a que estamos nos referindo – mas não tão rico assim, ao ponto de nossa Câmara tornar-se pequena demais para abrigar alguns convidados, realmente, não é surpresa para nós, mas é motivo de grande satisfação que nós temos de encontrar o homenageado aqui, hoje, homenageado por esta Casa de Porto Alegre, pela Câmara Municipal, um homem com quem estivemos há 10 ou 15 anos numa mesma luta, numa mesma trincheira e essa trincheira era para conhecer melhor o Tio Marquinhos, quando nos juntamos a um grupo de moradores do Jardim Itu para reconstruir o Centro de Tradições Gaúchas Tiaraju que havia sido incendiado. Lá estava o Tio Marquinhos com sua personalidade, com sua bondade e, sobretudo, com a caraterística e a qualidade maior do homem, meu caro Tio Marquinhos, que é a solidariedade humana. Lá estava V. S.ª solidário com aqueles peões do Centro de Tradições Tiaraju, com aquela gente toda que tinha no Centro de Tradições o seu lugar de lazer nos fins de semana e choravam a queima de seu rancho. E lá estávamos nós a ajudar a reconstruir, e foi reconstruído o CTG Tiaraju e de lá para cá, tu, como, nós, somos Patrão de Honra do CTG Tiaraju com muita satisfação e muita honra para mim que tenho o companheiro de patronagem da estirpe de Marcos Rachewski.

Meu caríssimo, as andanças pela vida continuam, o amigo no seu metiê – comércio. Marcos Rachewsky um comerciante, aquele mesmo comerciante, possivelmente, que tal como meu pai que foi comerciante, de vez em quando ouvia alguém dizer: “É um comerciante ladrão, é mais caro o quilo de feijão aqui do que no armazém da esquina”. É normal, aqueles que praticam o comércio devem receber esses adjetivos a todo instante, mas deveriam conhecer a índole do comerciante para saber que ele, no seu trabalho, que ele no seu ganho, também divide essa ganho com milhares de pessoas, também olha para a sociedade em que vive, não se enclausura, não se distancia do povo mas vai junto ao povo para transformar parte de seu lucro em benefício deste povo. E aí a grande qualidade de Marcos Rachewski, nós somos testemunhas de tudo aquilo ou de parte do que faz o Tio Marquinhos em benefício de tantas entidades assistenciais, entidades de caridade, entidades religiosas, entidades de benemerência, Centros de Tradição, sociedade de bairro e sua participação é sempre muito grande, muito efetiva, uma participação de liderança, haja vista que S. S.ª foi eleito Presidente da Associação dos Empresários da Zona Norte, pioneiro da Zona Norte onde moramos muito tempo e onde pudemos acompanhar o trabalho efetivo deste homem em prol da comunidade, especialmente da Zona Norte. Por isso meu caro Marcos Rachewski que os caminhos que se cruzam em determinado momento e posteriormente se afastam, mas os nossos caminhos haveriam de se cruzar num segundo momento em que eu tive a felicidade, em que eu tenho um enorme prazer de hoje dizer que sou vizinho de Marcos Rachewski e que estamos na mesma luta para tornarmos nossa rua uma rua habitável; estamos na mesma luta e esta luta nós já engajamos; S. Ex.ª o Prefeito Alceu Collares que nos deu apoio para que nossa rua fosse fechada nos fins de semana à noite, para que a gurizada, para que os jovens possam deixar aqueles que precisam descansar, descansar nos fins de semana. Esta luta é nossa, esta luta temos como aliado Alceu Collares, e temos como aliado, meu caro Marcos, todos os moradores da nossa rua, todos os moradores do Jardim Cristófel que assinaram um abaixo-assinado, todos os moradores sem exceção.

Falar hoje e saudar o Tio Marquinhos o faço em nome do PDS que nesta Casa tem uma representação diminuta, uma representação de três Vereadores: Hermes Dutra, Rafael Santos e este Vereador que vos fala. Uma representação que honra entretanto, procura honrar esta Casa como procurou honrar as administrações do PDS que passaram pela Prefeitura, que o atendimento ao povo de Porto Alegre foi sempre unânime, foi um atendimento em nós procuramos mais do que fazer política, nós procuramos servir a comunidade porto-alegrense. Por isso que estamos hoje aqui para saudar um integrante da comunidade porto-alegrense; um integrante que se destaca na comunidade porto-alegrense se junta a nós, homens públicos, se junta ao Sr. Prefeito e a esta Casa para servir a sua comunidade. V. S.ª, meu caro Marcos, merece por todos os aspectos e por todos os predicados, o Título de Cidadão de Porto Alegre. V. S.ª que veio do interior de Santa Maria, V. S.ª que andou percorrendo Estados e mais Estados, Santa Catarina e São Paulo, mas se fixou no Rio Grande do Sul, terra abençoada que todos nós abençoamos, esta terra, realmente, tem aquilo que o gaúcho oferece aos seus irmãos de outros Estados. E V. S.ª tem oferecido muito aos nossos irmãos de outros Estados, aos nossos irmãos de outros países: o nome deste Estado, o nome do Rio Grande do Sul, levado em bandeiras desfraldadas por este mundo afora, para mostrar que realmente o Rio Grande do Sul tem uma plêiade de comerciantes, tem uma plêiade de industriais capazes, realmente, de movimentar a engrenagem do progresso do nosso Estado e do nosso País.

Por isso eu fico muito satisfeito meu caro Marcos. E o digo a ti, meu caro gaúcho, a ti meu querido Patrão de Honra de um CTG que é o CTG Tiaraju, que é um conjunto de tradicionalistas: tem uma canção que lá pelas tantas diz o seguinte: “...ao lado de um grande homem sempre tem uma grande mulher...” e esta grande mulher, a Dona Anita, tu a tiveste toda a tua vida, que hoje tem em torno de si os seus netos para a felicidade de vocês e esta felicidade é contagiante e nós fazemos votos que esta felicidade se prolongue por muitos e muitos anos, acompanhando toda a família Rachewski, toda a família de seus amigos, aqueles mesmos amigos que estão aqui hoje para aplaudi-lo, aqueles amigos que vieram aqui para abraçá-lo, fraternalmente, como fraternalmente tem sido a vida de V. S.ª .

Receba, em nome da Bancada do PDS, receba em nome deste Vereador, deste amigo seu, o abraço, o voto de felicitações e que Deus o acompanhe e ilumine durante toda a sua vida, a ti, a tua querida esposa, aos teus filhos, aos teus netos e a todos os teus familiares e por extensão a toda esta gente que veio aqui, nesta tarde de hoje, quente, como quente será o abraço de cada um a ti na hora que receberes o Diploma e a medalha.

Um grande abraço a ti. Sou grato. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Concedemos a palavra ao Ver. Nilton Comin, que falará em nome das Bancadas do PMDB e do PSB.

 

O SR. NILTON COMIN: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Senhoras e Senhores, foi feliz, muito feliz, a nobre Ver.ª Teresinha Irigaray. Na sua proposta houve uma acolhida unânime desta Casa em consagrar o Sr. Marcos, o popular e querido Tio Marquinhos, Cidadão desta Cidade. Nobre Ver.ª Teresinha Irigaray, já a cumprimentei por essa medida e quero renová-lo na frente dos amigos do Tio Marquinhos. E, principalmente, mais do que a sua organização comercial, mais do que a sua estrutura pessoal de homem, aqui está a base de seu sucesso: a estrutura da sua família. Quem tem na sua vida a estrutura ética como tem o querido Tio Marquinhos, tu que fizeste da tua família a estrutura básica e um horizonte de vida, a tua escalada de sucesso estava praticamente delineada para conseguir forças para fazer aquilo que tu fizeste.

Eu escrevi algumas coisas, mas não vou dizer o que escrevi, porque muitos dos meus queridos Vereadores já o disseram. E repetir, cá para nós, é uma coisa muito chata, na frente de um público seleto como este que está aqui. É preciso que fale um pouco o coração, num momento como este, que a cidade de Porto Alegre é que se faz honrada em tê-la como Cidadão Emérito.

E aqui presentes as mais altas autoridades, como o nosso querido Prefeito, Dr. Alceu Collares, que não é do meu partido, mas que é um brilhante homem público; aqui presente a representação da Assembléia Legislativa, na pessoa do meu querido Deputado Daudt; aqui presente o Presidente desta Casa, o ilustre Vereador Brochado da Rocha.

É aí que estão os valores maiores da Cidade, uma parte do Legislativo. Aí estão os valores mais consagrados.

Tio Marquinhos, dizer tudo aquilo que o Ver. Aranha Filho disse seria cansar este público dinâmico que veio aqui entusiasmado para abraçá-lo e dizer: Tio Marquinhos, tu mereces muito mais.

Então, quero dizer, Tio Marquinhos, que a escalada do teu sucesso, eu hoje detectei, com o que tu apresentaste aqui: a tua família. Aqui está o princípio mais consagrado no mundo inteiro, a família. Pensei nos valores familiares, a força para impulsionar aquilo que desejas, como o nosso querido Tio Marquinhos o fez. Aí está o teu grande sucesso. E tu fizeste questão quando chegaste aqui na Casa, de que fossem colocadas cadeiras e poltronas para que a tua família estivesse na tua frente, na frente das autoridades, e também, praticamente na frete do teu público.

O PMDB e o Partido Socialista Brasileiro querem-te homenagear dizendo aqui, meu querido Tio Marquinhos, que tu mereces muito mais, e que nós estamos orgulhosos porque votamos ao lado da proposta da Ver.ª Teresinha Irigaray, esta homenagem.

Quero trazer a ti a homenagem do meu clube, o Esporte Clube São José, que é da Zona Norte, que está ali ao teu lado, vendo fazer crescer esta cidade, porque tu ajudas a impulsionar esta Cidade.

E quero dizer que o São José traz em nome do seu Presidente e do seu quadro social um grande abraço a ti meu querido Tio Marquinhos. E a todos os Senhores que aqui compareceram, quero cumprimentá-los pela amizade e pelo carinho, pelo reconhecimento que tem o cidadão que possui tão bela família como esta que está aqui presente. A todos os Senhores, muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: A seguir, com a palavra o Ver. Paulo Sant’Ana, que fala em nome da Bancada do PL, com assento nesta Casa.

 

O SR. PAULO SANT’ANA: Sr. Presidente, amigos, amigas de Marcos Rachewski, Srs. Vereadores, minhas Senhoras e meus Senhores, estou falando pelo Partido Liberal. Mas não assinei ficha pelo Partido Liberal. É bom que eu avise, porque já mudei mais de Partido que o Chico Anísio de mulher. Foi apenas a sensibilidade do Líder do Partido Liberal, Ver. Jorge Goularte, que me permitiu sair da minha Bancada e usar desse estratagema para que meu coração pudesse explodir, através de umas palavras de reconhecimento ao Marcos Rachewski. Muito obrigado, Ver. Jorge Goularte, sei que gostaria de estar aqui dizendo pelo seu Partido as mesmas palavras. As coisas do coração, no entanto, permitem esse atravessamento.

O Marcos Rachewski que interessa a esta Câmara e à Cidade, é um homem capaz de uma doação pessoal que se expressou por um sem números de campanhas em favor dos necessitados, dos serviços públicos e do funcionamento comunitário. Um homem que jamais se desligou do seu meio e atirou-se, durante toda a sua vida, à melhoria da comunidade e dos indivíduos. O Tio Marquinhos que, no entanto, interessa a mim e, particularmente, à grande parte dos seus amigos, esse homem que se encontra conosco e que, depressa, nos arrebata da batalha feroz pela sobrevivência para o lado alegre da vida. É o Tio Marquinhos que nos transforma ao simples encontro pessoal de combatentes encarniçados da luta pela sobrevivência em dançarinos e cantores.

Às vezes fico me perguntando de que matéria foram feitos os homens como Marcos Rachewski e Maurício Sirotski. De que barro, de que argila, de que cimento e de que aço? Qual a têmpera, qual a liga que sustenta a modelagem prestigiosa destes espíritos contagiantes de alegria e de vida? Sempre que eles entram, levantam o nosso astral. Este é o momento apropriado para agradecer ao Tio Marquinhos a sua extrema capacidade de fazer amigos. Este é o único e definitivo instante para que nós, que fomos tocados pelo mágico sacerdócio com que o Tio Marquinhos se entrega ao nutrir as almas com sua generosa amizade, nos mostrarmos gratos por sua atitude permanente de entrega aos outros.

Vai Tio Marquinhos, depois que saíres daqui da Câmara, vai e junta-te aos teus familiares e amigos e repete a todos eles que valeu a pena ter vencido a batalha na tua vida profissional. Que não foi em vão tanta atenção à dor e às dificuldades dos teus semelhantes. A tua Cidade se mostrou, hoje, agradecida a ti, pela Câmara, pela Prefeitura, pelos cidadãos, a ti e a todos os teus gestos. Vai e sonha logo à noite e sonha todas as noites, Tio Marquinhos, com a felicidade que os porto-alegrenses estão te concedendo hoje e vive feliz e reconhecido, dando-te ainda mais do que já deste a todos que te conheceram e vão te conhecer.

Este Plenário lotado e acanhado para o teu tão exagerado amor, Tio Marquinho, é um atestado, um reflexo da tua vida. Dizia-me na Sala Presidencial, antes da cerimônia, o Guilherme Sildenberg, que tinha tanta gente que teria que ser no Gigantinho. E o Balvé, que se aproveita desses momentos para tocar flauta nos gremistas, disse: “Sim, no Ginásio do Grêmio não dava porque está ameaçando chover.” Tinha gente lá fora, uns indo embora, outros permanecendo nos corredores, sem a visão da sala, e alguns até perguntando onde é que se comprava o ingresso. Esse é o teu tamanho, Marcos Rachewski. Sábado passado, num churrasco, numa serenata inesquecível que fizemos na casa do Ver. Kenny Braga, que era um dos outros que, junto com Isaac Ainhorn e o Jacão – que também gostariam de te dirigir a palavra, Marquinhos, mas que pelo Regimento ficaram impedidos, nesta cerimônia de iniciativa tão sensível da Ver.ª Teresinha Irigaray – no sábado passado conseguimos arrastar um dos maiores poetas e músicos deste País para a casa do Kenny Braga, para um churrasco e uma serenata. E, de repente, descobri que o segredo do Gonzaguinha, que é tímido e por isso torna-se para as pessoas que não o conhecem, até agressivo, quando é solicitado a um autógrafo ou que cante alguma música em qualquer lugar, eu descobri que a maneira de enfrentar essa timidez do Gonzaguinha era comprar umas latinhas de cerveja holandesa. Esta foi uma confissão que ele fez “en passant”, num outro churrasco. Eu comprei trinta garrafinhas de cerveja holandesa para poder usufruir do poeta; quando chegou na vigésima, ele pegou o violão, lá pelas quatro e meia da tarde já estava três a zero para o Cruzeiro, e eu, entre saborear aquela carnificina do Mineirão e o poeta, ainda preferi o poeta. E o poeta começou a contar coisas íntimas e até impublicáveis com o violão. E recitou os seus poemas não musicados e cantou os seus poemas de música. E o lugar foi se acendendo da magia, da mística da poesia, até que ele derrubou sobre aquele pequeno galpão do Kenny Braga a sua poesia maior. E quando ele a cantou, Marcos Rachewski, eu pensei em muitas pessoas que já se foram, raras pessoas que têm esta tua capacidade de fazer amigos e este teu astral, mas eu pensei principalmente em ti, que, Graças a Deus, está vivo, Marcos Rachewski. Quando ele cantou o seu maior hino, era para ti que ele o cantava. Vou cantar aqui, não vou recitar: “Viver e não ter a vergonha de ser feliz. Cantar e cantar e cantar, a beleza de ser um eterno aprendiz. Eu sei, que a vida devia ser bem melhor e será, mas isto não impede que eu repita, é bonita, é bonita e é bonita. Gostoso Viver!” (Palmas.) É isto Marquinhos, que tu és. Tu não tens a vergonha de ser feliz e não envergonhas a todas as pessoas que tu fazes felizes! Muito obrigado, Tio Marquinhos, por este calor humano e por esta grande veemência efetiva. Num dia do futuro, ainda muito distante, quando a nossa ração de vida acabar e Deus nos chamar à eternidade, eu quero que tu subas ao céu e te apresentes ao São Pedro, ao Maurício, ao Lupicínio, ao Carlos Nobre e digas que chegou, enfim, o grande organizador dos churrascos e das serestas lá no céu. Por que esta vida não basta para o teu amor e não basta para nós, amigos que gozamos do teu convívio. A Terra é pequena para isto. Haveremos de nos encontrar lá, porque lá é o teu lugar, merecido. Parece que estou vendo lá onde estaremos, como aqui, hoje à tarde e hoje à noite no Galpão Crioulo. Só que desta vez, dia e noite, por todos os séculos e séculos. Festa e festa sob o teu comando, Tio Marquinhos.

Saravá e shalon, Tio Marquinhos. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Finalmente, a Mesa oferece a palavra à autora do Projeto. Com a palavra, a Ver.ª Teresinha Irigaray.

 

A SRA. TERESINHA IRIGARAY: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Senhoras e Senhores, senhores da imprensa, senhores familiares do nosso homenageado de hoje. Acredito e acho que todos os Vereadores desta Casa ao aprovarem uma feliz iniciativa, desta Vereadora, em propor o título a Marcos Rachewski, acredito, digo e repito, que se existe um empresário que esta Câmara Municipal de Porto Alegre, não poderia jamais deixar de conceder o título de “Cidadão de Porto Alegre”, este empresário é, sem dúvida, Marcos Rachewski. E, não seria difícil, neste momento, para qualquer um de nós e como já foi dito aqui nesta tribuna, alinhar uma série de fatos importantes da sua mais que versátil biografia, uma biografia de homem sempre compreendido entre as coisas que faz com amor e com carinho e sua dedicação aos seus amigos. Porém, para mim, Vereadora do PDT, Vereadora de um partido popular, de um partido totalmente voltado para o social, é acima de tudo, a homenagem e eu digo em alto e bom som, a homenagem a um homem que tem pautado a sua vida pela profunda ligação com a cidade onde ele reside e, em especial, com os desprotegidos. E, neste País, como todos nós sabemos e, em especial neste Estado e na Cidade de Porto Alegre, Sr. Prefeito Alceu Collares, onde a crise econômica não é uma fantasia, ela é algo de concreto, é algo de real, é algo de viável, o empresário Marcos Rachewski inserido nos seus problemas comunitários, é um exemplo, é realmente um exemplo para a sua classe e para todos que estão aqui participando desta homenagem. Isso significa que nem todos os poderosos deste País estão omissos aos problemas sociais, Marcos Rachewski, eles são sensíveis como tu, eles estão do lado daqueles que sentem necessidade, eles estão do lado dos carentes e por isso eu classifico que tu sejas um exemplo dentre eles, tu és prioridade dentro do setor empresarial pelo que tu fazes, pelo que tu proporcionas e pelo muito que eu tenho certeza de que ainda vais poder proporcionar.

Amigos de Marco Rachewski e Srs. Vereadores, Senhora do homenageado, eu sempre acho e sempre classifiquei que a vida é sempre feita de momentos, momentos bons, momentos felizes, momentos de realização efetiva, momentos de realização profissional, mas também aqueles momentos negativos, de retrocesso, de insucessos, de indisposições, de calúnias, de injúrias, de infâmias, mas a luminosidade deste momento, a luminosidade que está irradiando nesta Câmara, nesta Casa do Povo, cheia de problemas e composta de vários segmentos sociais, é um fato que todos estão constatando e classifico que este momento é, realmente, um momento transparente, é um momento de felicidade, é um momento de carinho, é um momento de emoção, é um momento de fraternidade, onde familiares, amigos, empresários, funcionários, gente humilde e gente poderosa estão confraternizando contigo, Marcos Rachewski, onde o canto maravilhoso do Paulo Sant’Ana nos comoveu e nos emocionou, porque não dizer? Tu me dobraste, agora, com o teu canto, e representaste muito bem aqui o PL, quando disseste que a vida é maravilhosa e tem que ser vivida, principalmente por homens do quilate de Marcos Rachewski. Neste momento ele está transbordando, está se derramando, na característica cordial da amizade e do carinho que todos nós, acredito, estamos dedicando ao nosso homenageado. Ela se posiciona exatamente, nessa radiosidade, no reconhecimento justo, no reconhecimento do limite daquela capacidade administrativa e daquela liderança comunitária que ali está sentada à Mesa.

O título de Cidadão de Porto Alegre é concedido para um homem que teve toda a sua vida marcada por um roteiro de trabalho, de capacidade, mas sobretudo, um roteiro de amor a si e aos outros, amor ao seu trabalho, amor à sua cidade. Assim é Marcos Rachewski, um homem jovial, extremamente alegre, extremamente cordial, magnético em sua exuberante personalidade, irradiando sempre, Marcos, algo que sempre falta à grande maioria dos homens e à grande maioria da humanidade: alegria, alegria, sim, Paulo Sant’Ana, alegria de viver, de somar, alegria do dar, alegria do produzir, alegria do proporcionar.

Marcos Rachewski, empresário bem sucedido; Marcos Rachewski legado a importantes líderes comunitários desta Cidade, a políticos municipalistas que tiveram a sua passagem por esta mesma Casa como foi amizade que o ligou a Aloísio Filho, do qual esta Casa tem o nome, a João Satte e ao Líder dos metalúrgicos César de Mesquita. Um homem voltado para campanhas assistenciais, um homem que se preocupa com montagem de enfermarias, de gabinetes médicos e odontológicos, como o ambulatório da Santa Casa de Misericórdia, como foi referido pelo Chico Aranha. Eis Marcos Rachewski em seu perfil. Alegre, humano, amigo de seus amigos. Admirado por grande categoria da comunidade e também apreciado e homenageado pela classe dos comunicadores a qual todos os anos ele faz aquela homenagem especial e carinhosa; mas sem dúvida, acima de tudo e acima de qualquer coisa que foi dita por meus colegas ou por mim, Marcos Rachewski é um homem simples, mas é o profissional competente, é aquela mente lúcida, é aquele pulso firme e aquela grande visão do futuro. Acima de tudo, o nosso cidadão Marcos Rachewski acredita na vida, acredita, sim, acredita na vida e nas pessoas, e por isso é muito fácil homenageá-lo.

E, neste momento Marcos Rachewski, eu te homenageio desde o lugar de onde tu vieste, daquele lugar humilde e simples. A minha admiração nesta hora àquele distante distrito de Santa Maria, extensivo também a Erechim, a tua terra, a tua infância. Homenageio teu Primário simples no Grupo Escolar Paula Soares; homenageio teus folguedos e tuas brincadeiras na Pracinha do Alto da Bronze; homenageio o esportista, aquele campeão de basquete, o campeão de vôlei; homenageio também o teu “Sport Club Cruzeiro”, por que não? Homenageio Marcos Rachewski e a tua Zona Norte, a tua primeira empresa no Bairro Passo da Areia, o teu Lions Clube, os teus CTG’s, os teus projetos de emancipação nos Municípios de Cachoeirinha e Alvorada, o que torna a tua grande visão política de homem empreendedor. Homenageio a tua, a nossa, a de todos nós, a querida “Soberana dos Móveis” em sua cadeia de mais de 20 lojas. E homenageio, principalmente, aquele que dentro ou fora do Brasil é um homem que cultiva as tradições de sua terra e de sua gente.

Parabéns, Tio Marquinhos! Parabéns Tio Marquinhos, filho de Davi e de Rachel Rachewski, o esposo da Anita, o pai do Roberto, da Sílvia, da Cláudia; o sogro da Dóris; o avô maravilhoso, cordial e alegre, curtidor dos seus cinco netos. Eu te homenageio, te saúdo e te peço, não percas jamais, Tio Marquinhos, a vontade de crescer; não percas jamais esta vontade de empreender; não percas jamais este amor pela vida; não percas jamais a vontade de ter amigos, porque aqui estão eles, todos eles te homenageando. Esta Casa está iluminada, Tio Marquinhos, por toda essa humanidade que tu espelhas, que tu traduzes e que tu transbordas.

Parabéns, Marcos Rachewski, Cidadão de Porto Alegre! Parabéns, Marcos Rachewski, Cidadão do Mundo! Muito obrigada. (Palmas.)

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa convida as Lideranças da Casa, convida também a Ver.ª Teresinha Irigaray para, juntamente com o Sr. Prefeito Municipal, fazerem a entrega do Título Honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Sr. Marcos Rachewski.

 

(É procedida a entrega.)

 

O SR. PRESIDENTE: Solicito à Ver.ª Teresinha Irigaray que proceda à entrega de um buquê de flores à Sra. Anita Rachewski.

 

(É procedida à entrega.)

 

O SR. PRESIDENTE: Concedemos a palavra ao Cidadão de Porto Alegre Marcos Rachewski.

 

O SR. MARCOS RACHESWKI: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sra. Vereadora, minha Vereadora, minha madrinha Teresinha Irigaray, o Maurício Rosemblat disse que era para eu ter cuidado. A ele peço uma salva de palmas.

 

(Palmas.)

 

Senhoras e Senhores, é difícil enfrentar situações como esta que põem marcos na vida da gente e nos colocam imprevistamente frente a um espelho no qual não nos reconhecemos.

A idéia da ilustre Ver.ª Teresinha Irigaray indicando o meu nome para receber o honroso título de Cidadão de Porto Alegre e as palavras generosas pronunciadas nas manifestações dos ilustres Vereadores me levam a perguntar a mim mesmo: Será que este cidadão sou eu?

Permitam-me, pois, que eu lhes agradeça comovido os conceitos que me atribuíram e diga que assumo essa nova responsabilidade.

No ano de 1904, meus avós, com os que viriam a ser meus pais, emigraram da Europa para as colônias judaicas de Philipson onde, em 1929, nasci e fomos para Erebango onde meus pais viveram do cultivo e da colheita da erva-mate, enquanto deu.

Já em 1934, a família, procurando melhorar o padrão de vida, mudou-se para Santa Maria de onde lembro-me de minha infância, do convívio no Ginásio de Santa Maria e dos passeios na Chácara das Flores na Rua do Comércio e na Avenida Rio Branco.

Poucos anos depois, em 1937, chegamos a Porto Alegre onde residi no Alto da Bronze.

Fiz parte da garotada endiabrada de cabeça-quebrada das manhãs de sol.

Marcam-me as recordações do Grupo Escolar Paula Soares, das matinês do Capitólio e Imperial e dos saudosos banhos no Rio Guaíba, cenários onde frutificaram pactos de amizades puros e perenes, que moldaram meu espírito e ensinaram-me o prazer do relacionamento.

Partimos em 1940 para São Paulo, onde comecei meu aprendizado na difícil arte de comerciar.

Mascateei com onze anos de idade nas ruas da capital paulista, aprendendo a barganhar na José Paulino e na Rua 25 de Março, nas quais predominavam comerciantes judeus e sírio-libaneses. Boa escola esta!

Passei, depois de 1944, cinco anos em Florianópolis e, em 1949, retornei a esta Porto Alegre, que viria a ser o meu porto seguro, a cidade do meu destino.

Aqui a sorte me aguardava e tudo começou a dar certo. Trabalhei nove anos na “Modas Clipper”, um magazine localizado ali, na Marechal Floriano e pertencente a familiares.

Em 1954 casei com esta companheira dedicada e compreensiva, Anita Mainfeld, que começou a trabalhar comigo de igual pra igual, união que gerou quatro filhos, criados dignamente.

Em 1958, contando com apoio e colaboração de toda a família, pude, finalmente, abrir minha primeira loja na Assis Brasil.

Hoje, elas são 24 estabelecimentos nos quais trabalham 400 pessoas que têm, como respaldo, um cadastro de mais de 200.000 clientes para quem sou simplesmente o “Tio Marquinhos”. Este afetuoso apelido é o mais valioso troféu com que comunicadores, gente da imprensa, do esporte, da política, clientes e até fornecedores enriqueceram a minha vida.

Nesta minha trajetória não posso deixar de mencionar com gratidão e saudade, nomes de alguns dos muitos amigos que acreditaram no moço-moleque que sempre “pareci” ser.

Penso no meu pai Davi Rachewski, no meu sogro Isaac Mainfeld, em Maurício Sirotsky, em Ivan Castro, em Carlos Nobre e cometo a velha injustiça de deixar de citar tantos outros a quem devo, muitos dos quais com quem ainda convivo e vejo aqui presentes. Com vocês “aprendi” a importância do relacionamento, da camaradagem e da participação na vida comunitária.

E hoje somo a estas conquistas a honra deste título de “Cidadão de Porto Alegre”, honra que transformo em orgulho de meus filhos e netos, que tiveram a sorte de nascer nesta terra.

Amigos, gratidão não se escreve. Se sente. Aqui. Profunda e comovidamente.

Obrigado por fazerem do Tio Marquinhos Cidadão de Porto Alegre. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Senhores e senhoras, autoridades aqui presentes, ouvidas as bancadas, ouvido o nosso novo Cidadão de Porto Alegre, cabe-me encerrar esta Sessão, lembrar com a mesma prudência que o nosso Cidadão de Porto Alegre recordava: estou a fitar Maurício Rosemblat. Por isso já assumo a prudência necessária para encaminhar esta Sessão ao seu final e queria, face à riqueza, face ao inusitado deste acontecimento, que o Sr. Prefeito aqui está a registrar uma das mais belas Sessões Solenes desta Casa.

Queria dizer aos senhores e senhoras que esta Casa cuida de ruas, cuida de cantos, cuida de praças que referenciam a nossa vivência no dia-a-dia e parece que se esgotam as atribuições desta Casa, na medida em que cuidamos das coisas materiais da nossa história e do curso das nossas coisas, as coisas da nossa Cidade. Muitas delas, citadas aqui pelo novo Cidadão de Porto Alegre, mas parafraseando um líder da América-Latina diria, também, que é necessário que a Câmara Municipal de Porto Alegre indique alguns homens que sirvam como referencia a todos aqueles que vivem nesta cidade e possam eles referenciar e pautar os nossos momentos mais agudos ou nossos momentos mais alegres. Tenho certeza que a iniciativa da Ver.ª Teresinha Irigaray, sancionada para esta Câmara, indica, para a Cidade de Porto Alegre, uma pessoa, a mais das iluminadas, aos quais nós devemos nos dirigir. A Cidade é feita de bicos de luzes, de praças e de esquinas, mas sobretudo, é feita de homens como o Tio Marquinhos e, por isto, esta festa foi grandiosa.

Nada mais havendo a tratar, estão encerrados os trabalhos.

 

(Levanta-se a Sessão às 18h55min.)

 

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